Dia de clássico.

Hoje é dia de clássico.
Não, meu time não joga hoje. O time do meu avô joga. Mas esse texto não começa hoje, começa no dia 01/02, o primeiro SanSão do ano, quando algumas memórias ressurgiram porque era com ele que eu assistia o clássico entre os nossos times.
Meu avô costumava vir a minha casa assistir os jogos do Santos, especialmente os clássicos contra o São Paulo. Era na época do Santos de Neymar e Ganso, e eu lembro de como ele ria da minha revolta com o São Paulo e comemorava a vitória do Santos sempre elogiando o meu time. Coisas que só a generosidade de vô explica. Naquele dia ele teria rido da minha reação ao jogo, e teria feito algum comentário sobre a chuva atrapalhar o jogo do São Paulo enquanto comemorava a vitória do Santos.
Hoje, que é quando este texto continua, soube que teria Neymar em campo pelo Santos e essa informação me transportou para aqueles anos em que ele sentava exatamente no mesmo sofá em que estou sentada agora enquanto escrevo esse texto, pra assistir comigo qualquer que fosse o jogo do Santos. E isso fez a saudade dizer olá, as memórias daqueles dias aquecerem o coração e meus olhos derramarem algumas lágrimas. E me lembrou de como eu sou grata por ter aproveitado aqueles momentos tão simples, mas que hoje são tão importantes e significativos.
Este não é o único motivo para a saudade estar tão presente essa semana. Mas me fez refletir sobre como o luto e a saudade voltam sem aviso prévio, em coisas tão simples como um jogo de futebol. E como esses momentos me lembram que o luto fala do amor, do amor que a gente compartilhava, porque este não é um texto sobre futebol, é um texto sobre afeto e saudade, sobre memória. 
Porque essa memória nunca foi sobre assistir futebol, ela sempre foi sobre a companhia, pela beleza de compartilhar algo juntos. E, toda vez que tem jogo, eu lembro dele, da risada alta com a mão na barriga quando eu gritava com meu time ou comemorava, do grito de gol com um soquinho no ar e das longas conversas sobre a vida que tínhamos depois, da generosidade com que ele ouvia atentamente a neta adolescente que não sabia nada da vida.
Hoje eu senti saudade. E isso é um privilégio porque a saudade só existe por causa do amor.

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