Para minha irmã.

Os aventureiros sempre se deparam com o desconhecido. Essa é a lição primordial daqueles que vivem. Viver é andar no mistério, e essa é uma jornada bela, mas difícil.

A travessia do desconhecido é a verdade que só os corajosos descobrem. Navegar a vida é sempre incerto, entre os portos de descanso e os cais de esperança, há travessias cujas condições não podem ser previstas ou antecipadas. Podem vir dias de vento e bonança, calmarias que te deixam aproveitar a vista ou tempestades que, às vezes, parecem grandes demais para serem transpostas.

Nos dias de calmaria, aproveitamos os nasceres e pores do sol, o reflexo da lua sobre as águas, a vida que se desenrola sob nossos olhos.

Nos dias de vento temos energia suficiente para chegar no destino, às vezes na dose exata para chegar no porto para encontrar descanso e reabastecer para a próxima jornada.

Os dias de tempestades, sempre tão diversos, podem trazer apenas nuvens e águas agitadas. Mas às vezes, as tempestades são avassaladoras, o mar é bravio e o vento, antes aliado, parece ser capaz de destruir nossa frágil embarcação.

Estes são os dias que descobrimos a força que nos move, a fidelidade dos que dividem a travessia conosco e a permanência daquilo que nos guia de volta para casa.

Para os dias de tempestade eu desejo que você se lembre da doçura do afeto, da esperança dos dias de sol, dos ombros que amparam lágrimas, da força que nasce do compartilhar nossas dores e da alegria que se renova pela manhã.

E que nos seus ouvidos ecoe, apesar do barulho das ondas e do vento, "coragem, coração, coragem! Essa tempestade também terá fim".