Coragem.
A gente não gosta de sentir medo, mas o medo é uma certeza da existência humana, afinal, uma dose de medo é elemento fundamental da sobrevivência. Sentir medo faz a gente perceber situações de perigo e prepara nosso corpo para se defender, correr ou lutar.
Num paradoxo maluco, um pouco de medo é o que nos prepara para atos de coragem. Como uma dupla estranha, um pouco de medo abre espaço para que sejamos corajosos. Corajosos além da medida do medo que nos fez perceber a necessidade da coragem.
Mas medo em excesso paralisa, enfraquece, enlouquece. Deixa ansioso, perdido, agitado e desesperançoso.
Pensar nisso, sentir isso, me fez pensar no que poderia nos fazer superar o medo. Descobri então que o que nos torna corajosos não é uma dose de medo, é a profundidade do amor.
Há algum tempo vi em uma rede social uma frase que dizia "ser profundamente amado nos faz fortes, amar profundamente nos faz corajosos". Eu concordo com isso, ser amado nos fortalece, amar nos encoraja porque sempre nos leva a um passo de fé. Mas também acho que o oposto é verdade, talvez seja mais forte, inclusive. Amar profundamente nos torna fortes, ser profundamente amado nos faz corajosos.
Foi no amor profundo depositado em mim que houve espaço para que eu me tornasse corajosa. Quando somos profundamente amados, com nossos medos, falhas, defeitos e insuficiências, a coragem abre caminho dentro de nós e se manifesta em pequenos e grandes atos de bravura e coragem.
Quanto mais profundamente amados somos, mais corajosos nos tornamos, porque entendemos, enfim, que ainda que tudo dê errado após a coragem, nós temos lugar seguro para onde retornar.
O que nos torna corajosos além da medida do medo é a força e a profundidade do amor. Talvez por isso coragem não seja ausência de medo. Acho que coragem é a presença do amor, que permanece e, enfim, expulsa o medo.
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