Mãe.

 

Ontem foi dia das mães.

Mas como mãe não tem dia pra ser mãe, também não tem só um dia pra ser lembrada, celebrada e honrada.

Porque mãe não tira férias, não tem folga, nem dia de feriado. Mãe continua sendo mãe, do segundo que descobre que está gerando até o fim da vida.

Mãe é uma coisa estranha, singela, gigante.

Mãe é força.

Um absoluto fenômeno, que abraça com coragem uma missão imensa de gerar (no coração e/ou na barriga) um ser pro mundo. Que coisa mais maluca, criar alguém que não vai ser seu, amar tanto alguém que vai crescer e viver a própria vida.

Mãe é colo.

Que aconchega, conforta, abraça, protege, consola. Não tem dor que colo de mãe não cure, que afago de mãe não alivie, que carinho de mãe não amenize. Não tem lágrima que escape a uma mãe atenta, nem dor que se carrega sozinho quando se tem mãe presente.

Mãe é abrigo.

É proteção para crescer, descobrir, aventurar. É saber que tem lugar seguro para voltar, para lembrar quem se é, para curar coração partido, para sarar joelho ralado, para chorar todas as lágrimas, para lidar com os fracassos. Para rir das alegrias, para celebrar as conquistas, para recarregar a bateria, para compartilhar amor genuíno. É lembrança de que não importa o que tenhamos feito, alguém sabe quem a gente é lá dentro.

Mãe é dor.

Dor para gerar, dor para parir, dor para corrigir, dor para deixar ir. Porque trazer vida ao mundo dói, e toda mãe sabe disso muito bem. Porque corrigir um filho em amor também é dolorido, mas mãe não se esquiva da tarefa de criar os seus. Porque deixar voar aqueles que amamos dói à beça, mas mãe sabe que não gerou ninguém pra si, e que a dor de ver eles irem é a certeza de que deu a eles o que precisavam para crescer.

Mãe é amor.

Que envolve, transborda, consome. Que acompanha um filho todo dia, que é tão gigante nela que até aperta o peito, que é tão intenso que nunca para só nela. Ele flui, e faz seguro e corajoso aqueles que recebem esse amor.

Mãe é exigente.

Corrige, confronta, ensina. Com severidade paciente nos instiga a querer mais da vida, a dar mais um passo, a amadurecer e abraçar tudo o que podemos nos tornar. Na correção e no conselho faz a gente crescer e nos prepara para encarar a vida.

Mãe é alegria.

Sempre compartilhada, com o simples e o grandioso, da risada à toa na cozinha a viagem dos sonhos. Do primeiro passo, primeira palavra, das primeiras conquistas, até os grandes momentos que marcam nossa vida.

Mãe é saudade. 

Porque ela nunca é eterna. E na sua finitude humana, deixa marca tamanha que nem uma vida inteira é capaz de contê-la. Então quando se vai, ela ainda fica, e afeta, e ensina, e acalenta, e traz lágrimas e alegria, na memória do que foi e fez um dia. 

Mãe é tanta coisa que palavra alguma consegue explicar, definir, nomear de forma exata. Então a gente tenta, e toda vez se lembra de dizer que na infinitude do amor dela, a gente encontrou coragem pra viver a vida.


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