Quando olho além de mim.
Crescemos aprendendo a defender nossos interesses, a pensar no nosso bem estar, a lutar por nós mesmos.
Isso não é de todo errado, afinal, todas essas coisas são importantes e necessárias para que a gente viva bem. O problema é quando tudo isso nos torna prisioneiros do individualismo. E isso é muito fácil, porque vivemos em um mundo profundamente marcado por ideais individualistas, que colocam o homem como medida de todas as coisas e seus próprios interesses acima de tudo.
O grande problema de todo esse individualismo é que isso se opõe à nossa natureza. Em essência, somos seres gregários, feitos para viver em sociedade, se influenciando e construindo a partir das relações com o outro, com o nosso ambiente, com a cultura, com o mundo. E esse movimento exige a capacidade de olhar além de si mesmo.
Olhar além de si mesmo é desafiador, confrontador, chocante, emocionante e tantas outras possibilidades. Porque nos fará perceber que além de nós há um mundo inteiro, cheio de beleza, tristeza, alegria, caos, insanidade, gentileza e uma imensidão de pessoas singulares e profundamente marcadas pela vida.
Olhar além de nós mesmos nos mostrará um mundo que é marcado por bondade e maldade, coragem e medo, miséria e riqueza, alegria e tristeza, generosidade e egoísmo, altruísmo e indiferença, e tantas outras dualidades e todas as nuances entre elas.
Olhar pra fora pode nos tornar assustados e, numa tentativa de se proteger, nos tornar ainda mais egoístas e autocentrados. Mas também pode nos despertar para uma infinidade de possibilidades, para uma compreensão sincera sobre a realidade e um desejo profundo de fazer diferente, de deixar uma marca no mundo, de ser alguém com esse mundo, não porque abri mão de quem eu sou, mas porque descobri que posso depositar um pouco de mim por aí e, de alguma forma misteriosa e incompreensível, provocar mudanças que mesmo pequenas, são preciosas.
Tudo isso, pela coragem de olhar além de mim…
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